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Oie! Vou ser um pouco ousada ao assegurar que você sentiu impactos das redes sociais na sua saúde mental pelo menos em algum momento. Impactos esses parecidos com: querer excluir tudo e ser totalmente offline; sentir tristeza, ansiedade, inveja, raiva e/ou frustração depois de rolar o feed do Instagram; sentir-se um fracassado e atrasado na vida; viver em constantes travamentos porque precisar divulgar seu trabalho no digital mas tem dificuldades com essa exposição.

Acertei pelo menos algum? (deixe nos comentários)

Eu eu já senti (e sinto, de tempos em tempos, infelizmente) esses impactos. Fico travada, ansiosa e perdida.

Mas, a experiência de 10 anos como comunicadora/jornalista (a maioria deste tempo trabalhando na internet) e 10 anos de terapia me fizeram elaborar importantes questões e construir meios de usar as redes sociais com mais inteligência e leveza.

E o objetivo deste post é compartilhar alguns dos meus aprendizados, pois acredito que eles podem ser úteis para você!

Resumo do que vem a seguir:

  • Por que somos (e muito!) afetados pelas redes sociais
  • Crises com as redes sociais: a minha experiência
  • Formas mais saudáveis de usar as redes sociais

Por que somos afetados pelas redes sociais?

Talvez você já tenha dito, assim como eu, que não se importa com o que os outros pensam sobre você. Mas, sabe, a gente precisa assumir que isso é uma farsa.

A gente se importa sim. E, curiosamente, acolher – e não negar – este fato é o primeiro passo pra ser mais leve com as redes sociais.

É impossível não se afetar! É na relação com os outros que a gente se constrói gente. Somos influenciados por tudo, nossa unicidade se constrói também no plural.

Nossa natureza é social. Temos no nosso DNA a necessidade de afeto, amor, pertencimento, segurança.

E agora vem uma questão importantíssima:

As peças acima foram inscritas no nosso cérebro, bem lá no início da nossa vida. E esse registro de experiências, afetos e desafetos vai ancorar nossas relações com as outras pessoas e com a gente mesmo.

Considere ler de novo a citação acima pois ela é forte.

Agora, vamos trazer isso para o Instagram. Veja este exemplo:

Uma pessoa que teve uma educação autoritária e baseada em críticas vai levar esse esquema mental de resposta para o mundo. Sempre esperando de todos: ataques, olhares e palavras ruins e pesadas.

Então, sabe aquele post que você tem MUITA dificuldade em fazer para o Instagram? Ou que faz mas nunca posta? Sabe aquele postou e apagou? Sabe aquela vergonha de gravar vídeo? Sabe aquele ataque de pânico para falar em público? Pois é… percebe a associação?

Aqui eu reforço: claro que muitas vezes temos outras variáveis neste contexto de dificuldades em criar conteúdo, ok? Este é só um dos pontos do travamento pra criar conteúdo. Às vezes a dificuldade é técnica mesmo, de escrever, gravar, de não saber fazer um roteiro pro Reels, mas enfim… isso eu aprofundo na Mentoria Destrave o Criativo com minhas queridas clientes.

Agora, voltando: para alguns, pode ser menos doído receber uma crítica, poucas curtidas num post, um unfollow ou mesmo um nada (indiferença!) do que para outros. Mas, note: dói. De todo jeito, dói.

O que quero dizer é que, por trás de redes sociais, temos uma complexidade imensa relacionada a: pessoas, suas crenças, experiências, traumas, desejos, medos…

Diante disso, não faltam debates e estudos sobre a influência das redes sociais na saúde mental. Dar um tempo delas pode melhorar a cabeça, inclusive, sabia? Aqui o estudo.

Outra pesquisa traz uma questão importante: mesmo ficando estressado com as redes sociais, a gente pode continuar usando elas, e ainda com mais frequência.

Enfim… complicado, né. Neste texto trago mais estudos. Recomendo ler depois!

Crises com as redes sociais: a minha saúde mental

Com muita frequência, paro de criar conteúdo porque vai ficando tudo muito difícil pra mim. Já levei isso para a terapia tantas e tantas vezes…

Neste momento em que escrevo, eu dei um tempo do Instagram (de algumas semanas, porque faz parte do meu trabalho criar, logo não posso parar de vez). Postei uma coisa ou outra, e consumi quase nada de feed nem stories.

E, olha, vou te falar: está sendo muito bom. Eu estou num momento vulnerável psiquicamente, e qualquer coisa externa (post, stories etc) tem exercido forte impacto em mim. Então eu decidi silenciar todos estes ruídos pra recuperar a minha voz interior. Durante essas semanas, tem acontecido muitas coisas, tenho me ouvido, me entendido, me reconectado. Graças a essa pausa é que consegui voltar a escrever este texto para você, inclusive.

Formas mais saudáveis de usar as redes sociais

Se você usa as redes sociais como trabalho, seja para divulgar seus produtos, serviços ou ideias… o que vou compartilhar aqui pode ser útil! (embora eu acredite nos benefícios para quem só usa as redes sociais para ver a vida alheia e postar arquivo pessoal).

Entenda exatamente por que você tá postando o que tá postando.


Pode parecer meio estranho, a princípio, mas não é. O que acontece é que, muitas vezes, (ou sempre?) os nossos objetivos profissionais se misturam às nossas inseguranças, medos e traumas pessoais, e aí, quando você se dá conta, está postando para ser visto, aceito e amado. Leia novamente esse parágrafo pois ele contém informações valiosas e profundas! Mas, bom: quer dizer que é possível se livrar desta necessidade de pertencimento? Não; estaria sendo contraditória já que mencionei no início a nossa natureza social. A questão é: a medida disso na sua vida. Atrelar a sua autoestima e o seu valor ao feedback das redes sociais é sinal vermelho vivo de que você precisa repensar e até recuar, se possível. Caso contrário, os efeitos dessa relação patológica podem ser destrastrosos.

Defina uma estratégia de uso das redes sociais.

Por exemplo, escolha 5 perfis só para acompanhar o conteúdo e aprender; além de horário definido para consumir conteúdo aleatório sem ser de trabalho.

Busque autoconhecimento. SEM TRÉGUA!

É impressionante como somos influenciados por tudo o que nos rodeia. Somos um misto de único/plural, que se reconfigura conforme as nossas relações e experiências.

Logo, percebe o quanto pode ser ainda mais difícil navegar por este mar instável se você não tem um pingo de consciência de si? Facilmente você fica ao léu, sendo levado pelas ondas, se afogando em águas agitadas e até mesmo as mais calmas. Afinal, às vezes (ou muitas vezes?), ninguém está te julgando e te sabotando, é você mesmo.

Bom, por agora é isso. Espero que você aproveite melhor as redes sociais para: conexões, oportunidades, trabalhos… e não para se afundar em comparações injustas. Se cuida!

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A gente se vê por aqui 🙂

3 Respostas para “Redes Sociais e Saúde Mental”

  1. Sempre importante refletirmos sobre o uso das redes o impacto na saúde mental não só pessoal, mas de toda uma sociedade. Eu muitas vezes, fico em crise, outras volto a postar. Mas uma constante é pensar que, enquanto consumimos redes sociais, estamos a todo tempo comparando coisas ou pessoas com a nossa própria realidade e daí vem os gatilhos. Enfim, escreveria mais, mas deixo pra depois te mandar uma mensagem devaneando sobre isso.

  2. Excelente texto, Dani! É exatamente isso! Às vezes somos tomados por ressentimento, que ocorre porque gostaríamos de fazer algo que alguém está fazendo (mas nós não). E sempre tem alguém fazendo algo, comendo algo, tendo algo que nós gostaríamos e não podemos. Para além das nossas “programações” evolutivas ainda temos que lidar com as “programações” feitas ao longo da vida pelas nossas criações. Um detox de redes sociais tbm tem me feito bem. Mas não deixe de escrever e de contribuir tanto com suas reflexões tão humanas e profundas!

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