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Se for pra definir a experiência do safári na África do Sul em uma palavra: IMPRESSIONANTE!
Ver um leão tão próximo de você, em um carro sem proteção nenhuma, foi um misto de: “socorro o que que é que eu vim fazer aqui” com “caraca que coisa espetacular”!
Agora, é claro que há riscos. Nem precisa pensar muito para concluir que no safári os perigos são inúmeros. Basta uma pequena pesquisa no google e você verá acidentes, e África do Sul está incluída neste rol.
Em termos de números, não são considerados muitos, mas existem. Afinal, nós somos os intrusos ali. Estamos dentro da vida selvagem, ou seja, não tem nenhuma grade prendendo animais, nenhum deles está sedado.
Mas eu entendo que tudo nesta vida é um risco. Existem riscos a todo momento e em qualquer situação, a questão é você assumir as consequências das suas escolhas.
E eu, ciente de tudo, escolhi fazer o safári no Kruger Park, considerado um dos maiores sáfaris do mundo. A reserva é imensa! “Cortada” pelas estradas de terra (e também asfaltadas), ocupa parte de Moçambique, para você ter noção do tamanho.
São aproximadamente vinte mil quilômetros quadrados protegidos e riquíssimos em fauna e flora: inúmeros mamíferos, anfíbios e várias outras espécies vivem por ali. O Parque Nacional Kruger também é a maior reserva protegida da África do Sul.
Milhares de turistas conhecem esse lugar todos os dias. Eu fui lá e vou te contar seis coisas importantes que aprendi.
1) Não perca nenhum safári!
Como assim? Se eu vou para o safári é para fazer safári, uai! O que acontece: geralmente são dois safáris por dia, um no início da manhã e outro na parte da tarde.
Cada um dura mais ou menos três horas. Ou seja, você fica seis, sete horas por dia na savana. Para alguns, principalmente para quem escolhe ficar mais tempo, pode ser cansativo.
Inclusive conhecemos um norueguês que preferiu descansar em vez de fazer um dos game drives (como é chamado lá), e me lembro dele dizer que ele e a família estavam lá há dois dias. Além disso, geralmente hotéis e lodges oferecem meios de lazer pra você curtir também.
Nós ficamos dois dias e fizemos os quatro safáris. Ou seja, passamos 12 horas na savana procurando bichos! Eu fui lá para isso e nem tive tempo de perceber se estava como sono (falo isso porque o fuso horário pode “bagunçar” a cabeça, são cinco horas a mais lá).
E a adrenalina também espanta qualquer sonolência.
Mas, por que não perder nenhum? Pois cada safári é uma experiência totalmente diferente. Não pense que se você já viu todos os bichos no primeiro dia já está bom.
Eu vi elefantes nos quatro game drives. Em cada um eles estavam em uma vibe. Comendo as plantas, andando com os filhotes e também fazendo sexo selvagem (literalmente!) Sim, eu vi essa cena.
Eu também presenciei algo que nunca mais vai sair da minha cabeça. Diz o guia que o pessoal local não conseguia ver isso há anos. Vi leões caçando e depois devorando, em poucos minutos, uma impala.
Gente, eram uns 10 leões. Eu ouvia o barulho deles quebrando os ossos do bicho. O rugido deles. Foi MUITO impactante.
Se você quiser ver o vídeo, entra no stories da África do Sul no meu Instagram (@daniavilam) que postei lá. Mas já aviso que para alguns as cenas podem ser um pouco fortes. É a natureza, instinto de sobrevivência.
Portanto, não subestime o poder de surpresa do safári!
2) Você pode ver tudo, pouco ou nada de bicho
O safári é chamado por lá de game drive porque é como em um jogo, uma hora você ganha, outra hora você perde. Isso no sentido de ver todos os bichos que você quer, ou de não conseguir ver quase nenhum. Pode acontecer.
Então faça todos os safáris que puder nos dias em que estiver no parque, e saiba lidar com as expectativas, porque eu já desisti da ideia de não criá-las.
Tive muita sorte na minha experiência. Além de ver quatro dos chamados Big Five: Elefante, Rinoceronte, Bufálo, Leão e Leopardo (eu não vi o leopardo, meu marido viu mas muito rapidamente ele entrou savana adentro), vi hienas, antílopes, macacos, girafas, esquilos, zebras, várias aves… vi o rei!
Imponência e serenidade no olhar de quem sabe que ali é ele que manda.
3) Nunca desobedeça as normas de segurança no safári
Isso é o mais importante de tudo. Primeiro, o ideal é usar roupas discretas, das cores da savana.
Segundo: você precisa saber como se comunicar em um safári. Não falar alto, gritar jamais.
Deixar os celulares no silencioso. Lembro que alguém no carro fez algum barulho que parecia de câmera de celular fotografando, e o leão parou de lamber a pata para nos encarar friamente por alguns segundos.
Foi tenso. O olhar do leão é bem impressionante.
Além disso, evitar movimento brusco, seja levantar o braço muito alto para tirar uma foto, ficar se mexendo muito no carro, levantar ou sair dele (sem permissão do guia). E ele foi bem claro:
If you get out of the car, you’re dead.
se você sair do carro, você está morto.
Teve momento em que a gente saiu do carro pra tomar café, mas com autorização dos guias.
Eles estão sempre bastante atentos a tudo, enxergam animais tão camuflados ou escondidos que nem nos meus sonhos eu veria e já fazem um “mapeamento” do local, que no nosso caso era bem alto, dava para ter uma visão ampla da savana, e não tinha marcas de patas ou fezes.
Mesmo assim, sempre há riscos né? A parada não foi demorada e lá estava eu, com o misto de emoções de novo: feliz e com medo. Ps: adorei a sombra do norueguês que tirou essa foto, não cortei porque fotos reais são legais!
4) O animal vê o carro como um “big animal”
A gente chegava muito perto dos animais, muito! E eu ficava pensando: como isso é possível?
Como o barulho do carro não os assusta? Em alguns momentos eu pensava: freiaaa e desliga o motor do carro pelo amor de Deus, já tá ótimo aqui (risos de nervoso).
O que acontece é que passam carros por ali todos os dias. Então os animais estão, de certa forma, “acostumados”.
E os guias costumam parar bem perto deles e conversar (geralmente em tom mais baixo, mas não cochichando) e ficar ali, por um tempo, justamente para que o bicho perceba que não há ameaça da parte deles.
E, como o carro (próprio para o game drive) também é da cor da savana, o guia disse que é como se ele fosse visto como um “big animal”.
Por isso que qualquer coisa que saia dessa visão de big animal, por exemplo, levantar do carro, gera um estranhamento nos bichos.
5) A melhor época para fazer safári na África do Sul é no inverno
Já tinha lido isso e confirmei com o dono do Lodge onde fiquei (para quem tiver interesse, o nome é Naledi Bushlodge e eu adorei, tudo impecável): dá para fazer safári o ano todo?
Sim! A diferença é que no inverno a savana fica mais seca, mais aberta, e a visibilidade é melhor.
Então, na hora de decidir quantos dias vai ficar no safári, é bom levar isso em consideração, mas também o fato de que a experiência é imprevisível, pode acontecer de você ver um monte de animais também no verão, por exemplo.
Ah, no inverno o risco de contrair malária também é menor, porque geralmente com o frio os mosquitos diminuem.
6) VIVA o máximo possível a experiência do safári na África do Sul!
Esse aprendizado vale para o safári e também para outras viagens e quaisquer momentos da vida. É buscar viver, de fato, as experiências.
É claro que muita gente quer registrar tudo em fotos e vídeos, e para mim é essencial ter essas memórias para recordar sempre e postar aqui no blog pra você, mas é muito importante alimentar bem a memória da nossa cabeça.
Às vezes quando o foco está muito ali em tirar selfies você não se lembra do quanto faz diferença entrar em sintonia com o ambiente e “ativar” bem os cinco sentidos, e o quanto isso faz bem para o cérebro.
Eu lembro da sensação do meu nariz gelado, das árvores se mexendo com o vento, do silêncio que às vezes invade a savana. Essas recordações são inesquecíveis pois nos lembram de como é a vida, de fato.
Se quiser saber mais sobre esse país lindo, clica aqui para conhecer uma das estradas mais bonitas do mundo, onde tem um pôr do sol para você nunca mais esquecer.
Ah, e se você for para a África do Sul, não esquece de se vacinar contra febre amarela e levar seu Certificado Internacional de Vacina, porque sem ele você não entra.
Um beijo e até o próximo #storytravelling!