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No meio do deserto tem uma lagoa de sal! Muito sal. Essa é a Laguna Cejar, que fica no Deserto do Atacama – Chile,
E neste #storytravelling você vai mergulhar, ou melhor, flutuar junto comigo nesse lugar paradisíaco.
Antes, preciso dizer que vou fazer #storytravelling do Atacama para o resto da vida por dois motivos:
Primeiro, o lugar é absolutamente magnífico. Não somente pelas belezas naturais, mas pela energia do lugar, das pessoas que moram lá.
Depois que você conhece o Atacama, você volta diferente. Aquilo lá mexe com a gente.
Segundo: o tour pelo Atacama é composto de tantos passeios incríveis que prefiro ir contando um por um aqui no blog. Seria um pecado resumir o Atacama em um post.
Quem foi sabe do que eu estou dizendo.
Atacama: o deserto mais seco, alto e antigo do mundo
Sim, é o deserto não polar mais árido do planeta. E também o mais velho. E ainda o mais alto do mundo.
Afinal, são cerca de 2.400 metros de altitude, não há chuva que consiga chegar fácil lá. Tem locais que não recebem um pingo de água há milhares de anos, segundo um dos nossos guias.
Apesar disso, pesquisa publicada em 2019 ano no renomado periódico Nature destaca chuvas nos últimos anos e de grande magnitude para o que é usualmente esperado no Atacama.
Na verdade, o Deserto do Atacama é objeto de vários estudos científicos. Como ele abriga vida em condições extremamente adversas, pesquisadores têm estudado formas de vida microbiana nesses locais muito áridos e que recebem intensa radiação solar.
Olha que interessante: os cientistas esperam que possíveis descobertas revelem segredos sobre vidas em outras partes do universo, por exemplo, Marte.
É o que diz outro artigo publicado também na Nature em 2019.
E não é só por isso que o Deserto do Atacama tem sido relacionado à Marte. As características físicas da superfície são muito semelhantes ao planeta vermelho.
Fato é que cada pedacinho do lugar parece um quadro, chega a ser hipnotizante!
São 105 mil quilômetros quadrados de areia, vulcões, lagunas, gêiseres, sal e muita beleza. Infinito de areia que passa pelo Chile, Peru, Argentina e Bolívia.
Conhecendo a Laguna Cejar
Dos sete passeios que fiz durante minha estadia no Atacama, o da Laguna Cejar foi um das favoritos.
A Laguna Cejar é, na verdade, uma das três lagoas do complexo do Salar de Atacama.
E, apesar de levar o nome do passeio, não é nela que se pode nadar. É na Laguna Piedra que se tem a experiência INCRÍVEL de flutuar!
Não adianta resistir, você vai boiar! kkk. A Laguna Piedra é profunda, são 14 metros de profundidade.
Mas, se você não sabe nadar, relaxa! E flutue. Dizem que cerca de 30% da lagoa é de sal. É muito, muito sal. Pra você ter noção, o corpo fica branquinho.
É tanto sal que não é recomendável de jeito nenhum molhar o rosto.
Ah: pode dar um pouco de agonia quando você sai da água cheia de sal no corpo, e com aquele sol típico do deserto rachando as costas. Mas, uma caminhada de poucos metros e você tem água doce para se lavar.
Vários blogs e agências de viagens dizem que a Laguna Cejar é mais salgada que o Mar Morto. Não encontrei uma informação oficial.
E ai, vem a pergunta: de onde surge essa água, já que estamos em um deserto, e detalhe, o mais seco do mundo?!
A nossa guia disse que essas águas são provenientes da Cordilheira dos Andes. Águas subterrâneas de degelo. Tem estudos, como o que eu mencionei acima neste post, que falam de chuvas sem precedentes formando lagos também.
Boiando e admirando as belezas do Atacama
Depois de ficar alguns minutos me divertindo horrores boiando na lagoa, e rindo muito também (porque é muito legal mesmo!) estiquei o corpo para cima, respirei fundo e sintonizei com tudo o que estava acontecendo naquele momento.
Eu lá, flutuando numa lagoa salgada, no meio do deserto mais seco do mundo. E com uma vista que não tem como nem explicar.
Você olha para o lado, o majestoso vulcão Licancabur, um dos mais altos (5.400m de altitude).
Você olha para outro lado, mais vulcões, alguns com pontinhos brancos de neve. P
ara onde você olha, vê a espetaculosa Cordilheira dos Andes. E uma imensidão de areia, montanhas. Tem hora que você pisca para ver se é real mesmo. Sério, é demais!
Da Laguna Cejar para Ojos Del Salar e a Laguna Tebinquiche
Para quem for fazer o tour da Laguna Cejar, fique sabendo que você também vai passar por outros dois pontos belíssimos: Ojos Del Salar e Laguna Tebinquiche.
Pense em dois buracos redondos de água (não tão salgada e nem tão doce). Dois buracos que mais parecem olhos de água.
Assim são os Ojos Del Salar. A nossa guia disse que eles não surgiram do nada, e sim por perfurações, num passado um pouco distante (não me lembro o porquê das perfurações).
Acabaram encontrando água subterrânea da Cordilheira e se tornou Ojos Del Salar, outro ponto turístico famoso do Atacama. Dá para nadar nelas também.
E segura essa: se você achou que a Laguna Cejar tinha sal, quando você conhece a Laguna Tebinquiche você olha e diz: é muito sal para uma lagoa só.
Além disso, chegando lá nossa guia perguntou: “Qual a profundidade dessa lagoa?”
“Uns 20 metros”, pensei.
“30 centímetros!”
Acredita?! Isso na época em que fui, outubro de 2018. Acredito que ao longo do ano isso pode mudar.
E, para fechar, mais uma voltinha no caminhão, bem estilo Mad Max, curtindo um vento de fim de tarde e aquele sunset de respeito.
Assim é o Atacama! Escrevo, escrevo e ainda fico sem palavras.
Se você quiser saber mais sobre o Chile, tem #storytravelling de Pucón, outro paraíso do país, onde está o vulcão mais ativo da América do Sul, em que muitos turistas se aventuram em escalar, todos os anos.
Eu escalei e contei tudo aqui.
Um beijo!
Adorei, Dani! Quero dicas de hospedagem e restaurantes das suas viagens.
Ainda quero fazer uma viagem assim com vc!