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Miquela, Noonoouri, Colonel Sanders, Vic Kalli, Shudu, Imma. Você está entre os milhares e milhões de seguidores destes influenciadores virtuais?
E aí você pode se perguntar (assim como o Globo Repórter): quem são eles? O que fazem? Como vivem? Onde habitam?
Eles são um avatar, holograma… imagem gerada pelo computador (em inglês: CGI). Chame como você quiser.
Além disso, habitam no computador. São influenciadores virtuais que fecham contratos milionários com marcas ilustres.
Trabalham com moda, estilo de vida, são garotos e garotas propaganda. Protagonizam campanhas da Calvin Klein. Usam roupas da Nike, Prada, Balmain.
Aliás, já substituíram modelos “reais” (ao final deste post você vai entender o porquê das aspas) em alguns trabalhos.
Fato é que as empresas têm apostado nos influenciadores virtuais por vários motivos: desde logística até disponibilidade de horários de trabalho.
E se você, assim como eu, ficou um pouco impactado(a) com isso, segura essa: os influenciadores virtuais estão aí não é de ontem não. Miquela entrou no instagram em 2016. Já já você vai conhecer ela.
Enquanto algumas pessoas se espantam, outras se apaixonam pelos influenciadores virtuais.
Apesar de ser jornalista, o que significa teoricamente estar antenada ao que está rolando no mundo, essa eu não consegui acompanhar bem. Só sabia da Lu do Magalu.
O mundo está girando mais rápido, só pode.
Miquela
Criada e administrada por uma empresa no Vale do Silício, fez parte de uma campanha da Calvin klein, em que ela beija a modelo Bella Hadid. Você chegou a ver?
Não basta estrelar em campanhas de grife, a influenciadora virtual também tem música no Spotify. Eu, curiosa, ouvi a música da Miquela. Curti!
Miquela fez a cobertura do desfile de nada mais nada menos que Prada. Também foi It Girl de verão pela Vogue e participou de editorial da V Magazine. Tem parcerias com grifes como Diesel.
Miquela protagoniza movimentos ativistas e foi alvo de um ataque virtual que apagou todas as fotos de sua conta.
Além disso, ela se comunica, grava vídeos, entrevistas pessoas, por exemplo, o cantor J Balvin. Também fala de assuntos comuns a pessoas reais.
Shudu
Shudu é uma modelo africana. Ela “foi customizada para torná-la o mais única possível, disse o criador e administrador do perfil, um fotógrafo britânico.
Shudu nasceu em abril de 2017, mas tem vinte e poucos anos. Além disso, foi inspirada em um grupo nativo da África do Sul chamado Ndebele.
Também foi alvo de polêmicas envolvendo a visibilidade de modelos negras, enquanto que o criador se posicionou dizendo que não quer tirar oportunidade de ninguém. Disse que a sua criação é uma bela arte que capacita as pessoas.
Só para reforçar, a influenciadora virtual foi modelo da marca de cosméticos da cantora Rihanna, a Fenty Beauty.
Vamos ao próximo.
Influenciadores virtuais: Liam Nikuro
O japonês Liam Nikuro também não é feito e carne e osso, e sim de códigos e bytes.
No instagram, o influenciador virtual posta conteúdo sobre sobre estilo de ida, trabalho, amigos.
Em uma entrevista, o produtor do influenciador disse: “Liam pode ser virtual, mas nosso objetivo é criar conteúdo tão fascinante e legal quanto o que seus colegas reais têm a oferecer e divertir as pessoas de todo o planeta”.
Colonel Sanders
Antes de mais nada: esse aqui é um dos meus preferidos! Custei a acreditar que ele é virtual.
Mas, antes, vamos entender: Coronel Harland Sanders é o fundador da famosa KFC – em inglês: Kentucky Fried Chicken, rede de restaurantes fast-food dos Estados Unidos e que se espalhou pelo mundo.
Coronel Sanders faleceu na década de 1980.
Ele tinha o costume de usar esse traje: terno branco + laço de corda preto.
Então ganhou uma nova versão. O descolado “Colonel” Sanders está sempre no feed do instagram do KFC, inspirando os seguidores com posts sobre estilo de vida, inovação e negócios disruptivos.
Olha, achei genial a ideia do KFC. E é impressionante como essa imagem gerada pelo computador parece de carne e osso.
Bom, trouxe aqui apenas alguns influenciadores virtuais. E os milhões de seguidores sabem que eles são virtuais. Todos esses três perfis deixam claros que não são humanos.
Influenciadores virtuais: real e virtual viraram um só?
Os influenciadores virtuais têm dividido opiniões. Há quem ache que o impacto sobre os influenciadores “reais” é grande, ou seja, eles vão substituir pessoas de verdade.
Já outros acham que não é possível comparar. Além disso, lembram que por trás dos influenciadores virtuais, tem um humano administrando esse perfil, criando estratégias de conteúdo e influência.
E o que eu acho de tudo isso?
Acho que os influenciadores virtuais mostram, mais uma vez, que estamos vivendo mudanças disruptivas.
Neste caso, a disrupção seria dos conceitos? Pode ser. Como assim?
A gente cria nomes e categorias para estudar as coisas. É importante fazer isso para interpretar o mundo.
E, nesse contexto, falamos em real e virtual. Humano e robô. Sabemos o que os diferencia, na teoria.
Mas na prática, parece um pouco diferente. Minha cabeça até bugou um pouco. O que de fato é real? E virtual? Os dois se fundiram?
Além disso, li em uma reportagem o seguinte título: “esses influenciadores não existem, mas têm milhões de seguidores”.
E aí eu fico pensando: não existem? Será? O que significa “existir”? Aqui, a condição de existência pertence somente ao SER humano?
E mais: como algo que “não existe” mexe com a gente?
Enfim, são questões filosóficas. Estou longe de ter respostas.
Mas acho que uma coisa se mantém. A vontade de se comunicar e se conectar com os outros.
Agora, essas formas de conexão precisam ser estudadas pela comunicação e pelas neurociências.
Enfim, a gente precisa ir se adaptando. Pois certas coisas remexem mesmo na forma como a pensa e percebe o mundo.