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Oie! Estava organizando algumas fotos de viagens quando parei nos registros da minha experiência no Píer Santa Mônica. E não foi por acaso. Esse dia me conectou ao exato dia de hoje.
Mas, o que uma tarde despretensiosa num Píer na Califórnia tem a ver com os tempos de agora? Pandemia, isolamento social?
Continue lendo que vou te contar.
Afinal, esse dia foi especial e esse lugar me cativou. Hoje, talvez por conta das circunstâncias atuais, eu consiga descrever (literalmente) o porquê, pois na época eu só senti mesmo, não pensava em palavras.
Ou melhor, não sentia necessidade de tê-las. Mas hoje elas saíram por aqui.
O cinematográfico Píer Santa Mônica
23 de novembro de 2019. Sábado, final do Flamengo contra o Riverplate. Todo mundo só falava nisso. Meu marido, flamenguista genuíno, estava num nível de ansiedade que eu nunca vi rs.
A sua preocupação do dia era arrumar um lugar para sentar e ver o jogo.
Saímos de Los Angeles rumo à praia de Santa Mônica para conhecer o tão falado Píer Santa Mônica.
E também cinematográfico. Séries e filmes gravados por lá não são poucos. Forrest Gump, Um Grito de Socorro, Hannah Montanna, Homem de Ferro, Her…
Um lugar que abraça a gente
Friozinho de novembro, mas nada que incomodasse. Solzão, multidão andando para todos os lados, cores, aqueles letreiros típicos das lanchonetes dos Estados Unidos e uma visão bem linda do oceano pacífico.
Esse lugar tem um aconchego. Parece que abraça a gente.
No PierBurger meu marido ficou para ver o jogo e eu fui bater perna.
E olha, revendo as fotos, bateu saudade das “aglomerações”. De ruídos de humanos conversando. Aquele som que vc não compreende mas que está ali de fundo e é bom de ouvir. Aquela agitação. Senti-me acolhida por desconhecidos.
O Píer Santa Mônica tem de tudo. Parque de diversão, restaurantes, música acústica em cada cantinho e, claro, praia e marzão.
Nas minhas andanças, pedi a uma mulher que tirasse uma foto minha. “Ficou linda”! Disse.
Agradeci e fui conferir. Metade da foto era o dedo dela e a outra era eu. Apaguei pois teoricamente não estava boa. Uma pena, poderia mostrar aqui para você. Essa parte da história também fez meu dia por lá mais feliz.
Segui andando sem rumo, deixando o vento litorâneo me levar.
Parei em outro lugar e vi duas moças orientais tentando tirar uma foto juntas. Dessa vez eu me ofereci para fotografá-las. Tomei cuidado para não deixar registrado um dedo brasileiro.
Como eu não me aguento e quando vejo estou fazendo amizades, hora que vi já estava perguntando como era a vida no Japão e se elas conheciam o Brasil.
Uma delas tirou essa foto minha.
Eu AMO conhecer pessoas nas viagens. Falo com alguns amigos que fiz pelo mundo até hoje e ainda planejamos mais encontros internacionais.
Píer Santa Mônica e seu sunset incrível
Depois de umas boas andanças, voltei ao meu marido e lá estava ele pronto para ir ao carro carregar o celular e ver o resto do jogo.
E lá fomos nós. O jogo acabou, Flamengo ganhou e voltamos ao Píer para comemorar.
Comemos, bebemos, andamos, sentamos, olhamos o movimento, apreciamos o calor humano, ouvimos música.
E, para fechar o meu dia de ócio produtivo, tive o privilégio de ver um sunset de respeito. Olha que MARAVILHOSO!
A beleza do simples
Se você leu este texto até aqui, talvez tenha percebido que ele não descreve algo de muito extraordinário.
Principalmente se você já leu outros #storytravelling aqui no blog, por exemplo, sobre a minha experiência no safári na África do Sul ou quando fui escalar um vulcão no Chile.
Ou seja, extraordinário no sentido de ser algo que não se faz todos os dias. Que não é muito comum.
Mas espera. Claro que estar no Píer naquele dia foi extraordinário. E tinha coisas extraordinárias para mim, como praia e parque de diversão. Mas naquele dia eu optei pelo comum. Pelo menos em geral.
Por exemplo andar entre as pessoas. Almoçar. Tomar café. Ver o sol se despedir.
Então este #storytravelling é sobre o ordinário.
E esse dia me lembrou que não é tão simples apreciar o simples. O comum. A correria de trabalho, os problemas… a dinâmica da vida às vezes nos faz esquecer que o que importa é justamente a caminhada.
Curiosamente ali naquele dia – extraordinário – no Píer Santa Mônica, por algum motivo, eu prestei atenção no ordinário. E isso me fez bem. Sabe quando você não encontra palavras? É apenas, isso, me fez bem.
Então me lembrei do momento extraordinário que vivemos hoje.
Semelhante àquele momento, hoje meus olhos estão conseguindo enxergar coisas que, à primeira vista, não teriam nada de extraordinários. E que justamente por isso são.
E, exatamente aqui, amplio o significado de extraordinário: encantador.
Estou aprendendo a apreciar o simples. E veja bem, não estou falando de estilo de vida minimalista e/ou outros significados que o termo carrega.
Neste post, o simples a que me refiro é o comum, o habitual e que, justamente por isso, passa despercebido da gente.
Por fim, quem sabe este storytravelling te faça olhar para o que você ainda não via. E quem sabe isso te faça bem como fez para mim.
Quem sabe a gente não sai melhor dessa “quarentena” do que quando nela entramos. Por mais impossível que pareça. Comecemos com o simples.
Um beijo!
Dani, como sempre você se superando nos seus textos! Eu me identifico exatamente com esse sentimento que você teve ao estar em Santa Monica! Na minha opinião, no geral, a costa californiana (em especial o sul) traz para mim uma energia incrível que não sei explicar em palavras como você, so sei sentir! Talvez seja um dos lugares que mais me conectei do mundo. O céu, o mar… as pessoas ali são leves e transmitem isso para nós! Sem contar as palmeiras com o por do sol mais lindo que já presenciei na minha vida! É até estranho uma coisa que acontece demais comigo: quando vejo uma foto da california, antes mesmo de ver onde é eu já penso “essa foto é na california”! Apesar de ter morado pouquíssimo tempo naquele paraíso eu fui muito feliz ali e até arrependo de não ter vivido ainda mais aquele momento mas sou muito grata ao universo por ter tido a oportunidade de visita-lo 6 anos depois e ter sentido tudo que voce descreve no texto acima! ❤️❤️
Priii! Que texto lindo! Acho que às vezes nem importa o tempo que ficamos no lugar, mas a intensidade, a nossa vibe e a habilidade de nos conectar verdadeiramente com aquele espaço e aquele momento. E, pelo que vi, vc se conectou real né? Que lindo isso! A Califórnia tem um aconchego, uma coisa que é difícil descrever. Tentei aqui neste post, hehe!
Oi dani 🙂